quarta-feira, 25 de abril de 2012

Funchicórea: fora das Drogarias e Farmácias do Brasil

Funchicórea


É válido o zelo da ANVISA - só não é válido pecar pelo excesso de zelo. Afinal,  em última instância, os cuidados essenciais cabe aos responsáveis - como determina a Constituição Brasileira




Medicamento fitoterápico Funchicórea


O medicamento Funchicórea, um fitoterápico utilizado há 72anos teve em 06 de fevereiro de 2012 o seu registro cancelado pela ANVISA ( Agência Nacional de Vigilância Sanitária ) e publicado no "Diário Oficial da União" .

A Agência alega que não há comprovação científica que justifique a sua utilização - e estava com processo de cancelamento do registro desde 2005. No entanto, a empresa fabricante - o Laboratório  Melpoejo - vinha obtendo liminares para a produção e comercialização.

A Funchicórea é tradicionalmente utilizado como antiespasmódico (cólicas)  em bebês - récem-nascidos. Na sua formulação,  a Funchicórea é composta por chicória ( em folhas ), aniz, ruibarbo ( raiz ) e  funcho ( flores de erva-doce ) e o adoçante sacarina.

Em 2004,  a ANVISA editou uma norma na qual os medicamentos fitoterápicos que continham partes de plantas deveriam ser substituídas por extratos .

Por outro lado, a empresa Melpoejo pediu a pesquisadores da UFPB (Universidade Federal da Paraíba ) que analisassem a troca da matéria-prima ( partes das plantas ) pelo extrato e derivados e os estudos concluiram que a substituição comprovou-se ineficaz. 

A empresa se defende justificando que nunca houve relatos de problemas com o uso do medicamento fitoterápico . Desse modo, continuarão os esforços ( como questionamentos e recursos jurídicos ) para a possibilidade de produção e comercialização.  

Diante desse cenário encontramos pediatras favoráveis e outros não a utilização desse medicamento fitoterápico. Os pediatras não favoráveis observam a sua negativa devido ao medicamento não ter comprovação científica .

Já os  pediatras favoráveis observam que pode existir um efeito placebo que talvez acalme o bebê - além de não haver nenhuma contra-indicação que formalize o não uso do fitoterápico.

O pediatra Sylvio Renan do Blog do Pediatra - observa, "Eu indico só se o bebê não estiver no aleitamento exclusivo; e faço isso mais pela mãe, que fica aflita porque não pode fazer nada para aliviar a cólica do filho".

Segundo estudos a cólica nos primeiros três meses é desencadeada dado a imaturidade do sistema digestório do bebê - o qual tem dificuldade para digerir a lactose ( açúcar do leite ) de modo que essa molécula chega inalterada no intestino e assim formando gases. 

Importante lembrar os pais que esse período é passageiro - cerca de três meses - e paciência nunca é demais.  

O que se sabe de fato é que plantas são utilizadas a milhares de anos pelo homem para tratar diversas doenças e em muitos casos são tão eficazes quanto medicamentos sintéticos. Além de por vezes, terem menos efeitos colaterais e reações adversas; o que não significa que não possam provocar ~intoxicações. 

Enfim, penso que é válido o zelo da ANVISA - só não é válido pecar pelo excesso de zelo. Afinal, o medicamento está no mercado há 72anos - e tendo sido utilizado amplamente o que na prática já se mostrou no mínimo eficaz - ainda que como placebo.       

 

por Edilaine R.,
25 Abril 2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Obesidade: calculos diferentes demonstram disparidade

Obesidade não deve ser calculada só com base no IMC, aponta estudo

"Cientistas afirmam que porcentagem de gordura no corpo também deve ser considerada"

 
 
população obsesa pode ser maior do que se imagina, conclui o estudo
População de pessoas obesas pode ser muito maior que se calcula - Reuters
 
A obesidade pode ser um problema aparentemente mais grave do que se pensava, afirma um estudo publicado nesta terça-feira, 3, por pesquisadores da Universidade de Medicina de Nova York e da Faculdade de Medicina Weill Cornell no jornal PLoS One. Segundo os cientistas, determinar a obesidade apenas pelo Índice de Massa Corporal (IMC) é um equívoco. Considerar o porcentual de gordura do corpo seria um modo mais correto de diagnosticar o sobrepeso, o que tecnicamente aumentaria o número de pessoas consideradas obesas, de acordo com a pesquisa.

O IMC é obtido a partir de um cálculo simples que relaciona o peso e a altura de cada pessoa e o resultado é um número pelo qual se diagnostica o sobrepeso ou não. Alguém com um IMC superior a 30 ou mais é classificado como obeso. De acordo com o Centro Americano de Controle de Doenças, um em cada três americanos é obeso.

Outras formas de diagnosticar a obesidade incluem a análise de quanto do corpo é composto por gordura. Se o organismo masculino tem 25% ou mais de gordura e o feminino tem 30% ou mais, é o caso do sobrepeso.

Eric Braverman, um dos pesquisadores, afirma que é errado considerar a obesidade observando apenas o IMC. "O índice é uma medida insensível, passível de erro, enquanto medições de gordura são mais eficazes, já que mostram a distribuição da gordura pelo corpo", diz.

Os pesquisadores analisaram os dados de 1,393 pessoas que tiveram tanto o IMC e índice de gordura calculados. Os resultados mostram que na maioria dos casos, a conclusão é a mesma. Mas em 539 dos casos - 39% - não foram considerados obesos por causa do IMC, mas pela porcentagem de gordura em seus corpos.

A disparidade foi maior entre as mulheres, e piorou nos grupos de idade mais avançada. "A perda de massa muscular nas mulheres exacerba e classificação errônea do IMC. Um cálculo mais apropriado para considerar obesidade é estabelecer índices de 24 para mulheres e 28 para homens", dizem os pesquisadores. Atualmente, pessoas com o IMC até 24 não são consideradas obesas.

As conclusões, portanto, indicariam que a população obesa não só dos Estados Unidos, mas também de todo o mundo, é maior do que se pensa. "Com o cálculo corrigido, 64,1%, ou 99,8 milhões de mulheres americanas são obesas", afirmam.

Artigo extraído no dia 04 Abril 2012. Disponível em:


Edilaine R.
04 Abril 2012

Consulta Pública: Medicamentos vendidos sem receita fora do balcão?

Remédios vendidos sem receita podem voltar a ficar fora do balcão
Publicidade

JÚLIA BORBA
DE BRASÍLIA
04 Abril 2012

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai abrir consulta pública para decidir se volta atrás e derruba a norma de 2009 que obrigou as farmácias do país a colocarem os remédio vendidos sem receita para trás do balcão. A decisão foi tomada ontem durante reunião da diretoria do órgão.

A partir da publicação das medidas no "Diário Oficial da União", a população terá um mês para participar da consulta pública. Depois disso, o assunto retorna para a diretoria, que vai votar o fim ou a manutenção da norma.

Desde que entrou em vigor, a resolução vem causando polêmica no setor farmacêutico, que chegou a obter liminares na Justiça para suspender os efeitos da norma.

Em São Paulo, a medida deixou de valer no dia 20 de março. Por decisão da Assembleia Legislativa, as farmácias voltaram a poder colocar os remédios que não precisam de receita médica, como antitérmicos, antiácidos e analgésicos, ao alcance do consumidor.

A Vigilância Sanitária estuda, por outro lado, aumentar o controle sobre medicamento que exigem receita. A agência estabeleceu um prazo de 60 dias para se reunir com representantes do setor e coletar sugestões sobre como endurecer essa exigência.

De acordo com o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano, é preciso adotar uma postura mais firme para impedir, por exemplo, os casos recorrentes de intoxicação por mau uso do medicamento.

"A Anvisa não pode conviver com essa situação: 80% das intoxicações ocorrem por uso indevido dos medicamentos que deveriam ser vendidos sob orientação médica", afirmou.
No mesmo sentido, a Agência determinou prazo de 30 dias para criar, internamente, maneiras de coibir o descumprimento da lei.

Artigo extraído no dia 04 Abril 2012. Disponível em:


Por Edilaine R.
04 Abril 2012