terça-feira, 22 de maio de 2012

Supermercados estão proibidos de vender MIP´s - medicamentos isentos de prescrição médica

Presidente Dilma veta a venda de medicamentos isentos de prescrição médica em Supermercados

 

Lugar de medicamento é na Drogaria e na  Farmácia e não na prateleira de supermercado.



No dia 18 de maio a Presidente Dilma Roussef vetou a a venda dos MIP´s ( medicamentos isentos de prescrição médica ) em supermercados, armazéns, empórios, lojas de conveniência e estabelecimentos similares, e já está no "Diário Oficial" da União desde sexta-feira , dia 18.



A decisão da Presidente ganhou aplausos da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) e do Conselho Federal de Farmácia, já que ambos haviam se posicionado contra a medida provisória (MP), aprovada pelo Senado em 25 de abril.

Do meu ponto de vista, o veto da Presidente Dilma foi acertado. Esse acerto vem ao encontro da Categoria  Farmacêutica, em especial, dos Farmacêuticos. Neste tocante, o veto da Presidente recebeu apoio do CRF/SP - Conselho Reginal de Farmácia do Estado de São Paulo. 

Desse modo, acredito que lugar de medicamento é na Drogaria e na  Farmácia e não na prateleira de supermercado. Explico.

Oras, veja bem, há sim a necessidade de um profissional Farmacêutico para dispensar medicamento, bem como, observar as orientações quanto a indicação e posologia correta no uso dos MIP´s, pois embora estes medicamentos não contenham tarja vermelha ( ver figura acima ) na embalagem, eles têem - uma série de contra-indicações, reações adversas e interações ( medicamento x alimento, medicamento x medicamento ) que podem prejudicar o organismo de um indivíduo, inclusive levar a morte.


"A diferença entre remédio e veneno é somente a dose."
( Paracelso, médico suíço )

Além do mais, há outras questões pertinentes. Logo, medicamento não pode e não deve ser visto como mercadoria .  É preciso ser olhado como um bem  - um bem que é colocado para o indivíduo para ajudá-lo a recuperar o seu bem-estar - perdido em caso de dor, por exemplo. 

Outro ponto a ser colocado são as questões sanitárias, entre elas,  o armazenamento, o local, a temperatura, a luz - adequadas aos medicamentos  - que são diferentes dos alimentos em geral. Os medicamentos, via de regra, requerem cuidados no acondicionamento.
    
A automedicação é outro ponto muito sério a ser colocado em toda a questão de se liberar ou não medicamentos - "com ou sem tarja". No Brasil, a intoxicação medicamentosa tem números alarmantes segundo o CEATOX ( Centro de Assistência Toxicológica ) , SINITOX ( Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas ) e as Farmacovigilâncias.

O CEATOX/HC/USP mostra segundo sua estatística que somente no estado de São Paulo nos anos de 1996 a 1997 os casos de intoxicação medicamentosa foi responsável por  42%, o que configura o 1° lugar total nos casos de intoxicação no estado.


Importante enfatizar que os casos de intoxicações por medicamentos sobrecarregam os Pronto Atendimentos,  Centros de Sáude, Hospitais  e oneram a saúde pública .

Posto isso, a automedicação precisa ser responsável, ou seja, com orientação adequada a partir de  um profissional que forneça todas as informações importantes acerca do medicamento.


Enfim, o veto foi ponto positivo. Ponto para a saúde pública. Ponto para a saúde da população.

Links interessantes para acessar:


Por Edilaine R.
22 Maio 2012